A Aprece promoveu, na última sexta-feira (12), reunião inicial de trabalho entre representantes do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), Ministério Público Federal (MPF), do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Ceará (Cosems), da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) e das empresas fornecedoras para discutir alternativas e soluções capazes de evitar o risco de abastecimento de oxigênio medicinal nos municípios cearenses. A ideia da iniciativa é evitar o colapso no fornecimento do insumo para os pacientes de Covid-19 internados em todo o Estado.
Na abertura do encontro virtual, o presidente da Aprece, Júnior Castro, ressaltou que a entidade vem se dedicando para contribuir com o debate e, principalmente, com o início imediato de ações que possam resolver o problema do desabastecimento de oxigênio. Ele salientou a importância do apoio e do engajamento de órgãos parceiros nessa missão. A falta do insumo foi pontualmente observada em pelo menos uma unidade hospitalar de apenas 21 municípios cearenses – conforme levantamento recente feito pela Aprece.
Durante a reunião, o consultor da Aprece, Nilson Diniz, apresentou alguns dados coletados em pesquisa feita com os 184 secretários municipais de saúde do Ceará. De acordo com os dados coletados, o cilindro é a estrutura de armazenamento utilizada pela maioria das gestões municipais cearenses, correspondendo a mais de 80% delas, para a posterior administração de oxigênio aos pacientes. Conforme o levantamento da Aprece, só entre janeiro e março desse ano, todos os municípios do Ceará consumiram quase 1,3 milhões de metros cúbicos de oxigênio em suas unidades de saúde, o que indica aumento da demanda.
O Procurador Geral de Justiça do Ceará, Manuel Pinheiro, reafirmou o compromisso do MPCE em colaborar com essa ação conjunta de antecipação para evitar mortes de pacientes no Ceará por falta de oxigênio hospitalar. Na oportunidade, solicitou, na pessoa do presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante, ajuda dos empresários do Estado na criação de uma força tarefa para apoio no transporte de cilindros e mesmo na disponibilização de suporte de pessoal para a logística de envasamento e/ou distribuição dos cilindros.
Às empresas produtoras de oxigênio, pediu o estudo para o imediato aumento na quantidade de produção do insumo para utilização medicinal, mesmo que haja uma diminuição da produção de gás industrial. Aos gestores municipais, Manuel Pinheiro solicitou, por intermédio da Aprece, o planejamento e a organização jurídica e administrativa para a aquisição de estoques a mais de oxigênio, bem como empenho na garantia das medidas sanitárias necessárias e no isolamento social.
O presidente da Fiec, colocou o Observatório da Indústria e a própria Federação à disposição do Grupo de Trabalho a ser criado, com coordenação da Aprece. Sobre a logística de transporte, afirmou que é possível sim viabilizar a apoio dos empresários, mas atentou para a observância da legislação específica para os veículos de transporte desse tipo de carga. “Podemos ver alternativas de conseguir recursos com os empresários para contratar caminhões adequados ou viabilizar outros tipos de ação”, disse.
O encontro também contou com a participação da presidente do Cosems, Sayonara Cidade; e representantes da White Martins, da Messer, da Associação Brasileira de Indústria Química (Abiquim) e da Air Liquide. Também esteve presente Annette de Castro, representante da Unidos Pela Vacina, Grupo Mulheres do Brasil, entre outros parceiros da iniciativa.
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